
Friso, de antemão, que, ultimamente, não tenho feito manifestações nas redes sociais por uma série de motivos pessoais e profissionais. Quem me conhece – ainda que minimamente – sabe o que penso a respeito de formadores de opiniões em tempos difíceis. É preciso ter seriedade e lucidez. Do contrário, é melhor não dizer absolutamente nada.
Acerca dos acontecimentos referidos anteriormente, vide os debates sobre os desastres ambientais brasileiros dos últimos anos. De toda sorte, esse é um tema para outro momento! O assunto que quero expor aqui é outro.
No dia de hoje, deparo-me com o decreto do Presidente, Jair Bolsonaro, liberando as atividades religiosas como essenciais em tempos de pandemia global.
A conduta presidencial vai na contramão da ciência, da OMS, de seu Ministro da Saúde e dos infindáveis exemplos de países que agora juntam recursos e esforços para salvar/enterrar seus entes queridos.
Com efeito, não quero adentrar no debate religioso da questão, mas observo quão (in)coerente tem sido nosso presidente nos últimos dias.
Lembremo-nos que, a priori, a troca de favores seria extirpado em seu governo e o fim do "toma lá dá cá" na política foi seu maior bordão eleitoral. Aqui vale citar a conhecida frase de O pequeno príncipe: ‘’tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas’’.
De outro lado, caso ainda estivesse entre nós, George Orwell poderia escrever seu mais novo livro com exemplos genuinamente brasileiros. Ou, talvez, não escreveria nada. Nenhuma palavra. Jamais saberemos!
Pois bem. Sigamos ao ponto central da questão.
Ao que tudo indica, passado o momento de campanha, alguns favores foram cobrados e a conta chegou (permitam-me o sarcasmo nesse momento). O caos nunca vem sozinho e alguém terá que aplacar esse dilema. Quiçá, sobrou para os Estados e Municípios, àqueles diariamente esfolados pela União.
Em tempos de publica/revoga decretos, penso que será um momento importante para mapearmos igrejas e comércios verdadeiramente comprometidos com sua missão/valor/função social daqueles verdadeiramente comprometidas com a economia/política/resultado.
Aguardemos os próximos capítulos. Será interessante ou, no mínimo, preocupante.
Fiquem bem.
Prof. Selmar Maia